Estudo amazona – pacientes jovens
Estudo amazona – pacientes jovens
Estudo amazona – pacientes jovens
O estudo AMAZONA III registrou prospectivamente 2950 pacientes com câncer de mama diagnosticadas no Brasil no período de 2016 a 2018, traçando um perfil epidemiológico e de aspectos clinicopatológicos de valor inestimável para a comunidade médica. Estudos prévios haviam detectado que as mulheres brasileiras eram diagnosticadas em fases mais avançadas da doença e em idade mais precoce que em países desenvolvidos. Enquanto 7% dos diagnósticos de câncer de mama ocorriam em mulheres com menos de 40 anos, no Brasil esta taxa alcançou 17%.
As mulheres mais jovens neste estudo tinham maiores nível sócio-educacional e de atividade profissional, com maior proporção de relacionamentos estáveis que as mulheres com mais de 40 anos. Também apresentavam-se mais frequentemente com tumores mais avançados e de maior grau histológico. Na figura 1, podemos observar as maiores porcentagens de estádios mais avançados, tumores maiores e de maior grau histológico nas mulheres com menos de 40 anos, comparadas com as mulheres com idade superior a 40 anos, diferenças estas estatisticamente significativas.
Não são conhecidos os fatores que determinam maior frequência de tumores em mulheres jovens brasileiras, mas alguns pontos devem ser considerados neste contexto:
– São mulheres que não estão incluídas em programas de rastreamento de câncer de mama
– São mulheres economicamente ativas, muitas com filhos ainda não adultos
Neste sentido, campanhas de educação e conscientização de pacientes e médicos para a possibilidade de ocorrência de tumores em idade precoce, incentivo a medidas de redução de risco de câncer, como atividade física, combate a obesidade e redução de ingesta alcoólica e estímulo ao conhecimento do histórico familiar, identificando famílias com alto risco de câncer devem ser consideradas.
Referências
1-Franzoi MA, Rosa DD, Zaffaroni F, Werutsky G, Simon S, Bines J, et al. Advanced Stage at Diagnosis and Worse Clinicopathologic Features in Young Women with Breast Cancer in Brazil: A Subanalysis of the AMAZONA III Study (GBECAM 0115). J Glob Oncol. 2019 Nov;5:1-10. doi: 10.1200/JGO.19.00263. PMID: 31730380; PMCID: PMC6882517. 2- Lee BL, Liedke PE, Barrios CH, et al. Breast cancer in Brazil: Present status and future goals. Lancet Oncol. 2012;13:e95–e102. 3. Simon SD, Bines J, Werutsky G, et al. Characteristics and prognosis of stage I-III breast cancer subtypes in Brazil: The AMAZONA retrospective cohort study. Breast. 2019;44:113–119. 4-Paluch-Shimon S, Pagani O, Partridge AH, et al. ESO-ESMO 3rd International Consensus Guidelines for Breast Cancer in Young Women (BCY3) Breast. 2017;35:203–217.
Dra. Solange Sanches
Oncologista Clínica do A.C. Camargo Center
O estudo AMAZONA III registrou prospectivamente 2950 pacientes com câncer de mama diagnosticadas no Brasil no período de 2016 a 2018, traçando um perfil epidemiológico e de aspectos clinicopatológicos de valor inestimável para a comunidade médica. Estudos prévios haviam detectado que as mulheres brasileiras eram diagnosticadas em fases mais avançadas da doença e em idade mais precoce que em países desenvolvidos. Enquanto 7% dos diagnósticos de câncer de mama ocorriam em mulheres com menos de 40 anos, no Brasil esta taxa alcançou 17%.
As mulheres mais jovens neste estudo tinham maiores nível sócio-educacional e de atividade profissional, com maior proporção de relacionamentos estáveis que as mulheres com mais de 40 anos. Também apresentavam-se mais frequentemente com tumores mais avançados e de maior grau histológico. Na figura 1, podemos observar as maiores porcentagens de estádios mais avançados, tumores maiores e de maior grau histológico nas mulheres com menos de 40 anos, comparadas com as mulheres com idade superior a 40 anos, diferenças estas estatisticamente significativas.
Não são conhecidos os fatores que determinam maior frequência de tumores em mulheres jovens brasileiras, mas alguns pontos devem ser considerados neste contexto:
– São mulheres que não estão incluídas em programas de rastreamento de câncer de mama
– São mulheres economicamente ativas, muitas com filhos ainda não adultos
Neste sentido, campanhas de educação e conscientização de pacientes e médicos para a possibilidade de ocorrência de tumores em idade precoce, incentivo a medidas de redução de risco de câncer, como atividade física, combate a obesidade e redução de ingesta alcoólica e estímulo ao conhecimento do histórico familiar, identificando famílias com alto risco de câncer devem ser consideradas.
Referências
1-Franzoi MA, Rosa DD, Zaffaroni F, Werutsky G, Simon S, Bines J, et al. Advanced Stage at Diagnosis and Worse Clinicopathologic Features in Young Women with Breast Cancer in Brazil: A Subanalysis of the AMAZONA III Study (GBECAM 0115). J Glob Oncol. 2019 Nov;5:1-10. doi: 10.1200/JGO.19.00263. PMID: 31730380; PMCID: PMC6882517. 2- Lee BL, Liedke PE, Barrios CH, et al. Breast cancer in Brazil: Present status and future goals. Lancet Oncol. 2012;13:e95–e102. 3. Simon SD, Bines J, Werutsky G, et al. Characteristics and prognosis of stage I-III breast cancer subtypes in Brazil: The AMAZONA retrospective cohort study. Breast. 2019;44:113–119. 4-Paluch-Shimon S, Pagani O, Partridge AH, et al. ESO-ESMO 3rd International Consensus Guidelines for Breast Cancer in Young Women (BCY3) Breast. 2017;35:203–217.
Dra. Solange Sanches
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O estudo AMAZONA III registrou prospectivamente 2950 pacientes com câncer de mama diagnosticadas no Brasil no período de 2016 a 2018, traçando um perfil epidemiológico e de aspectos clinicopatológicos de valor inestimável para a comunidade médica. Estudos prévios haviam detectado que as mulheres brasileiras eram diagnosticadas em fases mais avançadas da doença e em idade mais precoce que em países desenvolvidos. Enquanto 7% dos diagnósticos de câncer de mama ocorriam em mulheres com menos de 40 anos, no Brasil esta taxa alcançou 17%.
As mulheres mais jovens neste estudo tinham maiores nível sócio-educacional e de atividade profissional, com maior proporção de relacionamentos estáveis que as mulheres com mais de 40 anos. Também apresentavam-se mais frequentemente com tumores mais avançados e de maior grau histológico. Na figura 1, podemos observar as maiores porcentagens de estádios mais avançados, tumores maiores e de maior grau histológico nas mulheres com menos de 40 anos, comparadas com as mulheres com idade superior a 40 anos, diferenças estas estatisticamente significativas.
Não são conhecidos os fatores que determinam maior frequência de tumores em mulheres jovens brasileiras, mas alguns pontos devem ser considerados neste contexto:
– São mulheres que não estão incluídas em programas de rastreamento de câncer de mama
– São mulheres economicamente ativas, muitas com filhos ainda não adultos
Neste sentido, campanhas de educação e conscientização de pacientes e médicos para a possibilidade de ocorrência de tumores em idade precoce, incentivo a medidas de redução de risco de câncer, como atividade física, combate a obesidade e redução de ingesta alcoólica e estímulo ao conhecimento do histórico familiar, identificando famílias com alto risco de câncer devem ser consideradas.
Referências
1-Franzoi MA, Rosa DD, Zaffaroni F, Werutsky G, Simon S, Bines J, et al. Advanced Stage at Diagnosis and Worse Clinicopathologic Features in Young Women with Breast Cancer in Brazil: A Subanalysis of the AMAZONA III Study (GBECAM 0115). J Glob Oncol. 2019 Nov;5:1-10. doi: 10.1200/JGO.19.00263. PMID: 31730380; PMCID: PMC6882517. 2- Lee BL, Liedke PE, Barrios CH, et al. Breast cancer in Brazil: Present status and future goals. Lancet Oncol. 2012;13:e95–e102. 3. Simon SD, Bines J, Werutsky G, et al. Characteristics and prognosis of stage I-III breast cancer subtypes in Brazil: The AMAZONA retrospective cohort study. Breast. 2019;44:113–119. 4-Paluch-Shimon S, Pagani O, Partridge AH, et al. ESO-ESMO 3rd International Consensus Guidelines for Breast Cancer in Young Women (BCY3) Breast. 2017;35:203–217.
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As mulheres mais jovens neste estudo tinham maiores nível sócio-educacional e de atividade profissional, com maior proporção de relacionamentos estáveis que as mulheres com mais de 40 anos. Também apresentavam-se mais frequentemente com tumores mais avançados e de maior grau histológico. Na figura 1, podemos observar as maiores porcentagens de estádios mais avançados, tumores maiores e de maior grau histológico nas mulheres com menos de 40 anos, comparadas com as mulheres com idade superior a 40 anos, diferenças estas estatisticamente significativas.
Não são conhecidos os fatores que determinam maior frequência de tumores em mulheres jovens brasileiras, mas alguns pontos devem ser considerados neste contexto:
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